A secção de música do GAC (Grupo de Acção Cultural) de Válega decidiu encerrar, este ano, de uma forma inovadora, nomeadamente, com a apresentação do musical "Fonte dos Amores", onde foram retratados os passos da trágica morte de Inês de Castro. O evento decorreu, no passado dia 27 de Junho à noite, no salão paroquial daquela vila. Com o público a encher, quase por completo o recinto, os alunos da secção de música daquela colectividade valeguense demonstraram muita personalidade, coragem e um grande à vontade no palco e em perfeita sintonia com o grupo coral Laudamus proporcionaram aos presentes, um espectáculo diferente, mas de grande qualidade, cantando em diversos idiomas. Ao longo do serão, os cerca de trinta jovens de ambos os sexos, viajaram no tempo e recuaram até há 650 anos atrás, de modo a reviver e incorporar de uma forma séria, a tragédia amorosa entre de D. Pedro e D. Inês de Castro. Eduardo Martins, professor daquela escola de música valeguense e autor do texto e grande responsável pela concepção deste espectáculo, procurou que os jovens actores utilizassem a dança, a música, a expressão corporal, o movimento e o próprio sentimento, dando assim mais ênfase ao amor/desgosto amoroso que estava bem presente ao longo de todo o espectáculo. Para tal, dividiu os actores, em nobres/fidalgos e os aios da corte. Para aqueles que não se interessam muito por história, convêm frisar que, no século XIV, D. Afonso IV era o rei que governava o país. Mais tarde, este casa-se com D. Beatriz e do casamento nasce D. Pedro, que seria o legítimo herdeiro ao trono e este quase que é obrigado a casar com D. Constança, filha de João Manuel de Castela, mas o jovem apaixona-se por uma das aias da corte, Inês de Castro. O rei sabendo disso e discordando da situação, contrata dois assassinos para matar Inês de Castro, quando o jovem Pedro estava para a caça. Este no regresso, ao tomar conhecimento do assassinato acaba por vingar-se da morte da sua amada, matando também os assassinos. Como forma de honrar o seu amor acaba por coroar Inês de Castro, após a sua morte. Todos estes "passos" históricos foram recriados parecendo mesmo que o público estava numa autêntica "Viagem Medieval". A festa de encerramento da escola de música do GAC contou também com a presença do grupo coral "Laudamus" que surgiu há dez anos atrás e comporta cerca de trinta componentes, todos do sexo feminino, com excepção para o director artístico do grupo, Eduardo Martins. Costumam animar, quinzenalmente, as missas vespertinas e participam na vida paroquial daquela freguesia. Este ano, constituíram-se como grupo associativo e neste espectáculo deram um contributo importante para o sucesso desta iniciativa. O grande responsável por esta iniciativa admitiu ao PRAÇA PÚBLICA que "esta foi uma forma de inovar a festa de final de ano da escola de música e uma forma de cativar mais os alunos". Segundo Eduardo Martins, os alunos da secção música aderiram com facilidade à ideia "desde o primeiro momento". A VIDA ACTUAL DA COLECTIVIDADE No entanto, convêm dar a conhecer que o GAC já conta com 23 anos de existência e para além da secção de música comporta também o teatro, bem como possui uma publicação quinzenal. Para além disto desenvolve, pontualmente, alguns eventos como aquele que vai ter lugar no dia 16 de Agosto, pelas 16h, na sequência dos festejos do padroeiro daquela vila, que é o concurso "Cai a bosta ganha a vitela", com vista a angariação de fundos para o pagamento da sua sede, situada no Edifício Príncipe.
in Praça Pública (Fernando Souteiro)
